Mercado eleva projeção da Selic para 13,75% no final do ciclo da subida de juros 20 de junho de 2022 | 09:50
Mercado eleva projeção da Selic para 13,75% no final do ciclo da subida de juros
A indicação, na semana passada, do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Mediano, de que deve aumentar a taxa Selic em até 0,5 ponto porcentual na próxima reunião em agosto fez os economistas do mercado financeiro revisarem as projeções para a taxa de juros básica neste ano.
A maioria dos bancos e instituições consultadas em pesquisa do Projeções Broadcast agora prevê que o Banco Mediano deve subir os juros para 13,75% ao ano no final do ciclo de aperto monetário. Há uma semana, antes da reunião do Copom, a estimativa era de 13,25%.
De 38 instituições consultadas, 28 (74%) esperam um aumento de 0,5 ponto porcentual dos juros na próxima reunião do Copom, em agosto, a 13,75%. Outras nove (24%) estimam subida de 0,25 ponto. Uma vivenda prevê a manutenção da taxa Selic em 13,25%.
Para 30 de 37 instituições (81%), o BC deve interromper a subida de juros em agosto. Outras sete (19%) esperam que o BC continue elevando a taxa Selic em setembro. Para o termo do ano, a maioria dos bancos projeta a Selic em 10%, diante de 9,63% na pesquisa anterior.
Meta ainda distante
Apesar do maior aperto nos juros, economistas ouvidos pela reportagem acreditam que o BC não deseja estender o ciclo de aumento para além da próxima reunião e está disposto a tolerar uma inflação supra do núcleo da meta (3,25%) no ano que vem. Isso porque o comitê alterou a notícia e disse considerar a estratégia comportável com uma convergência da inflação “para o volta da meta”, em vez de “para a meta”, uma vez que no expedido anterior.
“O BC está basicamente dizendo que está olhando a convergência nos próximos dois anos”, diz o diretor de pesquisa do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos.
Para o economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso, o expedido marca que a intenção do BC é a de não subir a taxa Selic para além de 13,75%. “O Copom deu a dica de que está olhando um horizonte mais longo e, de alguma forma, deixou o espaço destapado para expor que não vai levar a ferro e lume o núcleo da meta do ano que vem”, diz Caruso.
Leonardo Costa, economista da ASA Investments, acredita que o BC está se deparando com a verdade de que a inflação de 2023 vai permanecer distante do núcleo da meta. “A menos que haja uma piora suplementar, o libido do BC continua sendo de fechar o ciclo em agosto.”
Cícero Cotrim e Guilherme Bianchini/Estadão Teor